PP e União Brasil determinam saída de filiados do governo federal após críticas de Lula

PP e União Brasil determinam saída de filiados do governo federal após críticas de Lula



PORTO VELHO, RO – Em uma decisão que amplia a crise política entre o Palácio do Planalto e o bloco conhecido como Centrão, as cúpulas nacionais do PP e do União Brasil anunciaram, nesta terça-feira, a proibição de que seus filiados ocupem cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida, que ainda precisa ser formalmente aprovada pelas executivas nacionais de cada partido, tem como alvo direto os ministros André Fufuca (Esportes), do PP, e Celso Sabino (Turismo), do União Brasil.

A decisão, no entanto, não deve atingir indicados de figuras poderosas da base aliada. Ficam de fora do veto os nomes apadrinhados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), como os ministros das Comunicações, Juscelino Filho, e da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que indicou o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira.

Em comunicado lido no Congresso Nacional, o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, foi enfático: "Informamos a todos os detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal. Em caso de descumprimento, haverá afastamento de ato contínuo de dirigistas estaduais e, se a permanência persistir, punições disciplinares previstas no estatuto". Rueda classificou a medida como "um gesto de clareza e coerência" exigido pelo eleitorado.

A ruptura ocorre em um momento de forte atrito entre Lula e os partidos do Centrão. Durante uma reunião ministerial na semana passada, o presidente fez críticas pessoais diretas, declarando não gostar de Rueda e reclamando do presidente do PP, Ciro Nogueira, a quem acusou de articular uma candidatura a vice-presidente na chapa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Lula também reclamou que os ministros dessas legendas não defendem o governo em eventos partidários e sugeriu que poderiam deixar seus cargos se assim desejassem.

A reação dos partidos foi imediata. Dirigentes avaliam que as declarações do presidente criaram uma "situação constrangedora", tornando insustentável a permanência de seus filiados no primeiro escalão do governo pelos próximos meses.

Originalmente, PP e União Brasil planejavam formalizar uma federação partidária e só então deixar o governo, após aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No entanto, as críticas públicas de Lula precipitaram a decisão de romper agora.

Enquanto se distanciam do petista, as duas legendas intensificam articulações no campo oposicionista, tentando convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro a apoiar Tarcísio de Freitas como candidato a presidente em 2026.

Até o momento, os ministros Celso Sabino e André Fufuca não se manifestaram publicamente sobre se pretendem acatar a determinação partidária e renunciar aos cargos ou se optarão pela desfiliação para permanecer no governo. A expectativa é que as executivas nacionais dos partidos se reúnam ainda esta semana para ratificar a decisão.

Fonte Redação 
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