Notificação vira brasa quente para sindicato de Frei Chico e caso vai parar na CPMI

Notificação vira brasa quente para sindicato de Frei Chico e caso vai parar na CPMI

Notificação extrajudicial vira brasa quente: portal informa paraíba reafirma compromisso com a verdade e não baixa a cabeça pra ninguém



Porto Velho RO - A chapa esquentou no sertão e não foi quentura de sol de meio-dia, não senhor. Na noite desta última quarta-feira, dia 26 de novembro, o jornalista Roberto Tomé, cabra desassombrado e de espinha ereta aqui da nossa terra, recebeu uma visita indesejada na sua caixa de correio: uma notificação extrajudicial com timbre de gente graúda. Quem assina a intimação é a chefia do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, o tal do Sindnapi, que tem como vice-presidente a figura conhecida de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão mais velho do presidente Lula.

A papelada, cheia de termos jurídicos e daquelas conversas bonitas de advogado, invoca a Lei nº 13.188/15 pedindo direito de resposta. Mas quem conhece o cheiro de fumaça sabe que isso tem outro nome: tentativa de botar cabresto em imprensa livre que ousa futucar onça com vara curta. O objetivo parecia ser fazer o jornalista tremer nas bases, mas se pensaram que iam encontrar um matuto assustado, deram com os burros n'água. Tomé recebeu o documento com a serenidade de quem tem a consciência limpa e o couro curtido, sabendo que quando a árvore é balançada e cai fruto podre, o dono do pomar costuma chiar.

A origem do fuzuê: milhões em família

O rebuliço todo começou porque o Portal Informa Paraíba não tem rabo preso com ninguém e publicou, no dia 3 de outubro de 2025, uma reportagem que caiu como uma bomba de São João no colo do sindicato. O texto, intitulado "Sindicato ligado a irmão de Lula pagou R$ 8,2 milhões a empresas de familiares de dirigentes", não foi invenção de cabeça de ninguém, não. Foi fruto de apuração séria, baseada em documentos da CPMI do INSS e relatórios de inteligência financeira do Coaf.

A notícia escancarou que o dinheiro suado dos velhinhos aposentados estava supostamente irrigando contas de empresas ligadas a parentes da diretoria. Segundo o que foi levantado na época e confirmado nos papéis da comissão lá em Brasília, a farra envolvia repasses milionários entre 2019 e 2025.

Para se ter uma ideia do tamanho do buraco, a papelada do Coaf apontou o repasse de R$ 3,1 milhões para o escritório de um advogado que é genro de um ex-presidente da entidade. Não parou por aí: mais R$ 2,7 milhões foram para a empresa Gestora Eficiente Ltda., que tem como sócia a esposa do atual presidente do sindicato, Milton Baptista, conhecido como Milton Cavalo. E para fechar a conta do chá, outros R$ 2,2 milhões pingaram na conta da Esférica Assessoria, controlada pelo cunhado da coordenadora jurídica da entidade. É muito dinheiro trocando de mão em família, o que levantou a suspeita de conflito de interesses lá no Congresso Nacional.

A reação do jornalista: coragem e estratégia

Diante da notificação querendo que o portal se retratasse, Roberto Tomé não se fez de rogado. Como a gente aqui preza pela democracia e pelo direito de todo mundo falar — até de quem a gente desconfia —, o jornalista aceitou publicar a nota de defesa do sindicato. Mas fez mais. Mostrou que não é menino de recado e jogou xadrez com os poderosos.

Tomé pegou a notificação, juntou com sua defesa e despachou tudo direto para a mesa das autoridades máximas que estão investigando essa história: o senador Carlos Viana, presidente da CPMI, e o deputado Alfredo Gaspar, o relator da comissão. O recado foi claro e direto: "vocês podem tentar me calar com advogados caros, mas a denúncia vai chegar a quem tem a caneta na mão".

No ofício enviado aos advogados do sindicato, o Portal Informa Paraíba foi elegante, mas firme, dizendo que mantém o "respeito absoluto à democracia", mas que as informações publicadas são de interesse público e baseadas em fatos oficiais. Foi um jeito educado de dizer: aqui não, violão.

Vozes que merecem ser ouvidas

Roberto Tomé — “Recebi a notificação com serenidade. Quem trabalha com a verdade não teme papel nem pressão. Respeito o direito de resposta — mas não aceito intimidação.”

O que diz o sindicato

No texto que eles exigiram que fosse publicado — e que a gente publica porque não teme a versão de ninguém —, o Sindnapi jura de pé junto que as contas estão certas. Dizem eles que esses valores na casa dos milhões são somas de vários anos e que isso "artificializa" o fluxo de caixa. Argumentam que as despesas são justificadas com folha de pagamento, impostos e o tal programa Viver Melhor. Reclamam ainda que o vazamento dos dados bancários foi criminoso e que estão sendo vítimas de distorção para manchar a imagem da entidade. Segundo a defesa, o sindicato tem auditorias e balancetes à disposição da Justiça.

Resumo da ópera

O Sindnapi, sindicato onde o irmão de Lula, Frei Chico, manda e desmanda como vice-presidente, notificou o jornalista Roberto Tomé tentando rebater uma matéria sobre gastos suspeitos de R$ 8,2 milhões com empresas de familiares de dirigentes. A denúncia original tem base em relatórios do Coaf e da CPMI do INSS. O jornalista não se intimidou, acatou o direito de resposta conforme manda a lei, mas denunciou a pressão diretamente aos parlamentares que comandam a investigação em Brasília, reafirmando que seu compromisso é com a notícia e não com o silêncio.

A opinião do matuto


O ditado aqui no sertão é velho, mas não falha: quem não deve, não teme. Mas parece que tem gente graúda que, quando vê a verdade impressa no papel, treme mais que vara verde em ventania. É vergonhoso ver uma estrutura sindical milionária, que deveria estar cuidando do aposentado que ganha salário mínimo, gastando energia e dinheiro com advogado para tentar imprensar na parede um jornalista independente do interior.

A tática é antiga: em vez de explicar com clareza por que tanto dinheiro do sindicato foi parar na conta da mulher, do genro e do cunhado dos diretores, eles preferem atacar o carteiro que entregou a carta. Querem transformar o mensageiro em culpado. Mas aqui o buraco é mais embaixo. Se as contas são tão limpas como dizem na nota oficial, por que o desespero com a divulgação? A atitude de Roberto Tomé de levar o caso ao conhecimento da CPMI foi um golaço de placa. Mostrou que no Sertão da Paraíba a gente pode até envergar com o vento, mas quebrar, a gente não quebra não. Fica o aviso: a verdade é como azeite, uma hora ela vem à tona.

“Hoje em dia, falar a verdade virou quase crime. Quem denuncia o errado corre risco de ser calado. Mas jornalista que tem coragem não se dobra não, enfrenta a pressão e segue firme, porque democracia só se sustenta quando a verdade é dita, mesmo que doa nos poderosos,” finalizou Tomé.

















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