Decisão de Gilmar que restringe pedidos de impeachment é fruto da 'polarização política', diz Motta

Decisão de Gilmar que restringe pedidos de impeachment é fruto da 'polarização política', diz Motta


O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante discurso em evento promovido pelo portal Jota.

Porto Velho, RO -
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (4) que a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que restringe à Procuradoria-Geral da República (PGR) a apresentação de pedidos de impeachment de magistrados da Corte é "fruto da polarização política".

O deputado deu a declaração durante participação em um fórum sobre segurança jurídica, promovido pelo portal Jota.

Nesta quarta (3), o ministro Gilmar Mendes decidiu limitar apenas à Procuradoria-Geral da República a possibilidade de apresentar denúncias contra ministros do STF.

A decisão foi muito criticada por parlamentares, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Cabe à Casa processar e julgar impedimento de ministros do STF.

"A decisão acerca da mudança do rito, essa questão do impeachment de ministros do Supremo, eu penso que ela é fruto muito da polarização política que hoje estamos vivendo", declarou Motta.

O presidente da Câmara também disse acreditar que Senado e STF vão conseguir encontrar um "caminho de conciliação" para a crise gerada com a decisão de Gilmar. E afirmou que uma interferência de um poder sobre o outro "é sempre ruim".

"Quando há essa interferência, é sempre muito ruim. E a reação ontem à decisão do ministro Gilmar foi uma decisão, o Senado se posicionou contrariamente àquilo que o ministro Gilmar colocou em sua decisão liminar. Eu penso e acredito que o próprio Supremo irá, juntamente com o Senado, através de diálogo, encontrar um caminho de conciliação para essa situação", disse.

Motta disse ter uma relação "ampla" com Gilmar Mendes e com Davi Alcolumbre e que conversou com ambos sobre o tema, por telefone. E que espera o alcance de um "ponto de equilíbrio" ainda neste ano.

"Há no Senado um comportamento de insatisfação com essa decisão e eu tenho também procurado conversar com outros atores, com outros ministros, também com outros senadores, para que um ponto de equilíbrio possa ser encontrado nessa discussão toda", disse.

Por Marcela Cunha, Afonso Ferreira, g1.
Postagem Anterior Próxima Postagem