Fundo Florestal de Lula sofre baque com desistência de gigantes na COP30

Fundo Florestal de Lula sofre baque com desistência de gigantes na COP30

Chamada: Alemanha, EUA, Reino Unido e Espanha confirmam que não financiarão o projeto, considerado vital para a política ambiental do governo.



PORTO VELHO RO - Um dos principais projetos do governo Lula para a Conferência do Clima da ONU (COP30), o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), enfrenta um desafio significativo. Grandes potências econômicas como Alemanha, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos não farão contribuições financeiras ao fundo durante o evento.

A iniciativa, uma parceria dos Ministérios do Meio Ambiente e da Fazenda, foi criada para ser um modelo inovador de financiamento, alinhando investimentos sustentáveis com a preservação de florestas.

Apoio Atual e a Meta Ambiciosa

Até o momento, o TFFF recebeu promessas de contribuição que somam US$ 5,58 bilhões. Os principais doadores confirmados são:

Noruega:US$ 3 bilhões (distribuídos ao longo de 10 anos, sujeitos a critérios específicos)

França: US$ 577 milhões (até 2030, sob determinadas circunstâncias)

Brasil: US$ 1 bilhão

Indonésia: US$ 1 bilhão

Portugal: US$ 1 milhão

É importante notar que cerca de 64% do total prometido (US$ 3,577 bilhões) está condicionado ao cumprimento de metas não detalhadas publicamente.

A ambição final do governo é que o fundo alcance US$ 125 bilhões. Desse total, US$ 25 bilhões viriam de recursos públicos de países, que serviriam para atrair mais US$ 100 bilhões do setor privado por meio da emissão de títulos no mercado internacional. A meta é ter R$ 1 de capital público para cada R$ 4 de capital privado.

As Ausências de Peso e a Incerteza

A confirmação de que nações economicamente poderosas ficarão de fora no lançamento é um revés para a equipe econômica, que esperava anúncios durante a COP30.

   O chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmou que o país fará uma contribuição "considerável", mas não no momento da conferência, sem definir valor ou prazo.

   A Espanha, embora tenha destinado recursos a outros fundos climáticos, não incluiu o TFFF em seus anúncios.

   Os Estados Unidos e o Reino Unido também estão na lista dos que não farão aportes iniciais.

   A Holanda é outro país que ainda estuda a possibilidade de aderir à iniciativa.

Como o Fundo Florestal Funcionará

A proposta central do TFFF é recompensar financeiramente países em desenvolvimento que preservam suas florestas tropicais, transformando a conservação em uma vantagem econômica.

O modelo prevê o pagamento de US$ 4 por hectare de floresta preservada. No entanto, esses repasses só ocorrerão após o fundo estar completamente capitalizado. Os lucros gerados pelos investimentos serão distribuídos aos países participantes de forma proporcional à área de floresta que conservaram.

A verificação da cobertura florestal será feita por meio de monitoramento por satélite, com dados públicos e acessíveis para garantir transparência. O Banco Mundial foi escolhido para operar o fundo, atuando como seu agente fiduciário e administrador inicial.

O TFFF não compete com o mercado de carbono, mas atua de forma complementar, incentivando a demanda por títulos de dívida sustentável (green bonds). O Ministério da Fazenda acredita que este modelo pode ser um marco para a economia verde no Brasil, integrando retorno financeiro, cooperação internacional e preservação ambiental.

FONTE: SITE ELETRONICO PORTAL364

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