Gastos milionários com “produções” da ALE-RO em 2025 chamam atenção e ultrapassam patamares de escândalos nacionais

Gastos milionários com “produções” da ALE-RO em 2025 chamam atenção e ultrapassam patamares de escândalos nacionais


Empresa PEN6 recebeu cifras milionárias por serviços de "PRODUÇÃO" da ALE/RO - Foto: Marcelo Gladson / Portal 364

Porto Velho, RO - Os números não mentem — e, neste caso, gritam. A produção publicitária da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) em 2025 consumiu valores milionários, aprovados pelo Departamento de Comunicação, com anuência da Secretaria-Geral e da Presidência da Casa.

Enquanto veículos de comunicação tradicionais receberam cifras consideradas “migalhas”, a agência responsável — PEN6 LTDA, do publicitário Cleiton Pena — concentrou contratos que somam vários milhões de reais, com destaque para uma única produção que ultrapassou R$ 1,1 milhão.

Esses dados, extraídos de documentos oficiais da ALE-RO, levantam novamente o debate sobre a transparência do uso de recursos públicos e o desequilíbrio na distribuição do plano de mídia institucional.


Produção virou mina de dinheiro na ALE-RO

O levantamento mostra que, somente em 2025, a agência PEN6 recebeu pagamentos altíssimos por serviços de produção, publicidade e campanhas emergenciais.
A seguir, alguns dos empenhos já pagos:

Principais gastos da ALE-RO com a PEN6 em 2025 (valores já pagos)

R$ 924.515,77 – Produção PNA (04/07/2025)

R$ 455.064,72 – Serviços de produção (29/08/2025)

R$ 343.882,19 – Produção emergencial (30/10/2025)

R$ 68.373,25 – Produção (24/09/2025)


R$ 47.972,92 – Produção (02/12/2024 / paga em 2025)

E o ponto mais polêmico:

R$ 1.179.958,90

Valor empenhado para “Serviços de Publicidade — Produção Emergencial”, cuja certificação é de 14/11/2025.

Um gasto único superior ao valor anual recebido por diversos veículos regionais somados.


Mídia tradicional ficou com migalhas

Enquanto as produções milionárias fluíam com velocidade e prioridade, o mercado de comunicação rondoniense relata que recebeu apenas pequenas fatias do orçamento.
Sites, rádios, TVs e portais — muitos com décadas de serviço público prestado — receberam valores que não chegam perto do montante destinado à produção.

Veículos afirmam que o plano de mídia da ALE-RO passou a ser um “território fechado” e que a distribuição não seguiu critérios transparentes de audiência, relevância ou histórico de prestação de serviços.


Desigualdade que salta aos olhos e acende alerta em órgãos de controle

O caso já repercute nos bastidores do Ministério Público de Rondônia, que acompanha com atenção o contraste entre:

-valores pagos para produções internas;
-valores destinados aos veículos de comunicação;
-modalidades de contratação emergencial;
-possível concentração de contratos em uma única agência.

Segundo especialistas em contas públicas, produções publicitárias que ultrapassam R$ 1 milhão são raríssimas mesmo em campanhas nacionais de grandes estatais — o que torna o caso da ALE-RO ainda mais singular e sensível.


Transparência e equilíbrio: exigências que voltam ao debate

Com gastos que somam milhões de reais em menos de um ano, a área de Comunicação da Assembleia Legislativa entra no centro de um debate sobre transparência, proporcionalidade e responsabilidade no uso do dinheiro público.

Em um cenário em que veículos regionais lutam para sobreviver, os números da ALE-RO para produção interna levantam dúvidas, críticas e cobranças por explicações detalhadas.

Postagem Anterior Próxima Postagem