
Porto Velho RO - Rondônia vive dias de revolta. Na mesma semana em que a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) impõe um reajuste brutal de 14,64% para as famílias e quase 19% para quem produz, uma denúncia gravíssima ecoa em Brasília e chacoalha o Palácio Rio Madeira: o governador Marcos Rocha estaria articulando, mais uma vez, o perdão de uma dívida bilionária da concessionária Energisa com o Estado.
A denúncia parte do Deputado Federal Rafael Fera, que não poupou adjetivos para classificar a manobra. Em vídeo que viralizou nas redes sociais, o parlamentar chama o aumento de "covardia" e expõe a contradição moral do governo estadual:
■ "Rondônia produz energia para mais de 30 milhões de brasileiros e nós ficamos com a conta para pagar! Isso é um tapa na cara do nosso povo. E o governador Marcos Rocha faz de tudo para anistiar uma dívida que a Energisa tem de mais de dois bilhões de reais. Esse governador covarde tenta anistiar a tudo com qualquer custo." — disparou Fera.
O Peso da Caneta: Dois Pesos, Duas Medidas
A matemática do governo parece simples, mas cruel. Para o cidadão comum, que ganha salário mínimo e luta para sobreviver, a regra é o rigor da lei: a tarifa sobe dia 13 de dezembro e quem não pagar tem a luz cortada. Para a multinacional que lucra com nossos rios, a regra é a benevolência: projetos de anistia e "Refaz" que podem limpar bilhões em débitos de ICMS e multas que deveriam estar nos cofres públicos construindo hospitais e escolas.
O histórico joga contra o Governo. Desde 2019, a gestão estadual tentou emplacar projetos (como o polêmico PL 446/19 e PL 482/20) que previam o perdão de juros e multas de grandes devedores, sendo a Energisa a principal beneficiada potencial, com um passivo estimado entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões herdado da antiga Ceron.
O Impacto no Bolso (A Realidade)
Enquanto a dívida da empresa vira fumaça em gabinetes fechados, o rondoniense sente o choque no orçamento:
■ Categoria Aumento Aprovado (Dez/2025)
■ Residencial (Casas) + 14,64%
■ Baixa Tensão (Geral) + 15,01%
■ Indústria (Alta Tensão) + 18,49%
O aumento para a indústria é uma sentença de morte para pequenos negócios, ameaçando gerar desemprego em massa num estado que já sofre com a informalidade.
"Um Estado Rico, Um Povo Pobre"
A indignação popular se inflama pelo fato de Rondônia ser um gigante energético. As usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, são joias da coroa nacional, mas o "royalty" que fica para o morador local é uma das tarifas mais caras do Brasil.
O Deputado Rafael Fera protocolou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para tentar sustar os efeitos desse aumento, classificando a ação da ANEEL e o silêncio cúmplice do governo estadual como atos de lesa-pátria.
A pergunta que fica no ar, sem resposta do Palácio Rio Madeira, é: Por que o rigor da cobrança só vale para o CPF do trabalhador, enquanto o CNPJ bilionário recebe tapete vermelho e perdão de dívidas?
O povo de Rondônia acordou. E não vai pagar essa conta calado.
Para você entender a base da denúncia:
■ O "Perdão": Refere-se a tentativas legislativas do governo (via Projetos de Lei de anistia fiscal/REFIS) de permitir que a Energisa pague suas dívidas antigas de ICMS com descontos gigantescos (até 95% de juros e multas).
■ A Dívida: A Energisa herdou dívidas da antiga CERON. O valor original gira em torno de R$ 1 a 2 bilhões.
■ A Tática: A crítica do Deputado Rafael Fera é que o Governador atua como um "pai" para a empresa (perdoando dívidas) e um "padrasto" para o povo (permitindo aumentos abusivos sem brigar politicamente contra a ANEEL).
A matemática do governo parece simples, mas cruel. Para o cidadão comum, que ganha salário mínimo e luta para sobreviver, a regra é o rigor da lei: a tarifa sobe dia 13 de dezembro e quem não pagar tem a luz cortada. Para a multinacional que lucra com nossos rios, a regra é a benevolência: projetos de anistia e "Refaz" que podem limpar bilhões em débitos de ICMS e multas que deveriam estar nos cofres públicos construindo hospitais e escolas.
O histórico joga contra o Governo. Desde 2019, a gestão estadual tentou emplacar projetos (como o polêmico PL 446/19 e PL 482/20) que previam o perdão de juros e multas de grandes devedores, sendo a Energisa a principal beneficiada potencial, com um passivo estimado entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões herdado da antiga Ceron.
O Impacto no Bolso (A Realidade)
Enquanto a dívida da empresa vira fumaça em gabinetes fechados, o rondoniense sente o choque no orçamento:
■ Categoria Aumento Aprovado (Dez/2025)
■ Residencial (Casas) + 14,64%
■ Baixa Tensão (Geral) + 15,01%
■ Indústria (Alta Tensão) + 18,49%
O aumento para a indústria é uma sentença de morte para pequenos negócios, ameaçando gerar desemprego em massa num estado que já sofre com a informalidade.
"Um Estado Rico, Um Povo Pobre"
A indignação popular se inflama pelo fato de Rondônia ser um gigante energético. As usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, são joias da coroa nacional, mas o "royalty" que fica para o morador local é uma das tarifas mais caras do Brasil.
O Deputado Rafael Fera protocolou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para tentar sustar os efeitos desse aumento, classificando a ação da ANEEL e o silêncio cúmplice do governo estadual como atos de lesa-pátria.
A pergunta que fica no ar, sem resposta do Palácio Rio Madeira, é: Por que o rigor da cobrança só vale para o CPF do trabalhador, enquanto o CNPJ bilionário recebe tapete vermelho e perdão de dívidas?
O povo de Rondônia acordou. E não vai pagar essa conta calado.
Para você entender a base da denúncia:
■ O "Perdão": Refere-se a tentativas legislativas do governo (via Projetos de Lei de anistia fiscal/REFIS) de permitir que a Energisa pague suas dívidas antigas de ICMS com descontos gigantescos (até 95% de juros e multas).
■ A Dívida: A Energisa herdou dívidas da antiga CERON. O valor original gira em torno de R$ 1 a 2 bilhões.
■ A Tática: A crítica do Deputado Rafael Fera é que o Governador atua como um "pai" para a empresa (perdoando dívidas) e um "padrasto" para o povo (permitindo aumentos abusivos sem brigar politicamente contra a ANEEL).
Veja Video:
